quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Encontro do dia 01/07 - Fórum sobre heranças da leitura

Minhas influências como leitora

Eu comecei aprender a ler muito nova, com uns 5 anos de idade, primeiro com a ajuda de minha mãe, que era dona de casa e dispunha de tempo para me ensinar as letrinhas e depois com o precioso auxílio de minha tia, irmã dela, que na época era alfabetizadora e se encantou com o meu empenho em ler e escrever. Elas me consideravam muito inteligente e me estimularam muito. A minha mãe fazia economias para comprar coleções de capa dura dos livros da Bíblia para crianças e histórias infantis, geralmente contos de fadas e minha tia, além de me estimular bastante nas "tarefinhas escolares" que me dava antes de eu ir à escola, tinha um tesouro de livros em casa e uma coleção de gibis da Turma da Mônica que me tomavam horas de leitura sempre que a visitava. Como eu estava despertando o interesse de minha família, tamanha a facilidade em aprender e o prazer que sentia em ler, minha irmã que era professora e atuava em biblioteca pública, começou a investir em mim comprando livros ou trazendo emprestados os melhores títulos para crianças que encontrasse. Assim tive a oportunidade de conhecer as edições de Pollyana menina e Pollyana moça, O pequeno príncipe, O menino do dedo verde, As aventuras de Gulliver, vários livros de Júlio Verne, além de vários outros clássicos da literatura universal infantil do nosso e de vários outros países. Meus pais não tiveram muito acesso aos estudos, mas meu pai comprava o jornal todo domingo e lia sentado no sofá, às vezes em voz alta para que soubéssemos das notícias. Ele dizia a seu modo simples, que era melhor ler devagarzinho a notícia no jornal do que assistir na TV que nem dava tempo para pensar. Até hoje achoincrível como em sua sinplicidade ele podia ser tão sábio! Por causa desses hábitos, meus pais sempre se mostraram muito críticos e inteligentes, embora não fossem tão letrados devido à falta de oportunidade para estudarem enquanto eram jovens. Mas como davam valor à leitura, aos cálculos mentais e aos estudos!!! Minha mãe comprava coleções de revistas coquetel de passatempos dos mais difíceis e me desafiava (até hoje ela faz isso...) a responder mais do que ela. Ela me desafiou tanto a aos meus irmãos que todos nós estudamos muito e nos formamos em diversas áreas, mas não só por necessidade de entrar no mercado de trabalho, mas essencialmente pelo prazer de estudar, de usar a mente, de se manter atualizado, crítico, criativo, politizado, atuante e imaginativo.

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