segunda-feira, 23 de junho de 2008

4º Encontro do dia 17/04

Encontro do dia 17 de abril de 2008

Leitura compartilhada do dia:

Os livros e a infidelidade
(Rubem Alves)

Era uma mulher bonita que os olhos não conseguem ignorar. Seu marido sabia disso e vigiava os olhares de admiração dos homens. Tratava-se de uma situação sem maldade alguma porque ela era uma mulher recatada e católica e um pensamento de infidelidade jamais lhe passaria pela cabeça. Seu marido ficava se roendo de ciúmes, embora ela nunca tivesse lhe dado uma razão para desconfiança. Mas o ciumento não precisa de razões. Todos os gestos, para ele, eram indícios de uma infidelidade possível. Assim ela foi se retraindo, virando caramujo dentro da concha, ficando caseira para poupar-se da desconfiança do marido e para poupá-lo do sofrimento que sua própria desconfiança lhe causava.O fato era que ela o amava. Seus limites domésticos não a afligiam muito porque ela tinha um prazer enorme em literatura. Tomava um livro, assentava-se numa poltrona e punha-se a ler. O marido assentava-se longe, sem livro algum na mão porque o que ele desejava era lê-la em busca de evidências para suas suspeitas.Acontece que a leitura tem uma virtude paradoxal: ela faz-nos abstrair do mundo real. Mudamo-nos para um outro mundo que aqueles que nos vêem lendo não podem imaginar. Olho para aquela jovem assentada no banco do metrô. Sei onde ela está. Sei mesmo? Ela está lendo um livro. O fato de ela estar lendo um livro me diz que ela se encontra num outro lugar que desconheço. Um livro nos conduz a um lugar de intimidade só nosso. Por vezes tenho a infelicidade de me assentar ao lado de um chato. Há muitas definições possíveis para um chato porque a chatisse é multiforme. Uma das definições possíveis é: um chato é uma pessoa que acha que aquilo que ela tem para falar é mais interessante do que o livro que estamos lendo. Para resolver essa situação há dois caminhos: ou ser grosseiro ou ser mais chato que o chato: começamos a contar para ele o livro que estamos lendo. Ele logo fugirá de nós pelo artifício do sono deixando-nos em paz. Sem sair do seu lugar, ela entrava num outro lugar do qual seu marido estava ausente. Ele a via sem saber onde ela estava. Ler é um jeito de fugir do outro. Aí acontecia o insuportável para o marido: observando o rosto da sua esposa ele notava sorrisos que, por vezes, se transformavam em riso! O que lhe estaria dando aquele prazer? Aqueles risos e sorrisos brotavam de uma profundidade de prazer da qual ele estava excluído. Mas isso, precisamente, é o que o ciumento não pode suportar: que a pessoa amada tenha prazer sem a sua presença. O que o riso inocente da esposa lhe dizia era: "Não preciso de você para ter prazer." A leitura, para ela, era um delicioso lugar de infidelidade. Traduzindo para a linguagem política: a leitura é um lugar secreto de subversão. Toda subversão é, no fundo, infidelidade a olhos que nos vigiam. Os regimes totalitários sempre tiveram medo dos livros. A Igreja Católica chegou a formular um Index Librorum Prohibitorum, uma lista de livros de leitura proibida. Por que? Porque os livros nos levam a outros mundos. Pela leitura alienamo-nos da realidade para, depois de passear por outros mundos, voltarmos ao mundo em que vivemos e o vemos então de uma outra forma. Um livro que amamos na mão de uma pessoa desconhecida revela-nos um conspirador: moramos no mesmo mundo! Será que os jovens, com a lista de livros a serem lidos para o vestibular, têm idéias de infidelidade e subversão? Para isso seria preciso que os professores os ensinassem...

Teólogo, filósofo e psicanalista, autor de 40 livros.

Discussão da análise feita pelo professor Dioney sobre a linguística e o ensino de língua portuguesa através da letra da música Asa Branca de Luiz Gonzaga:

Asa Branca
(Luiz Gonzaga e H. Teixeira)

Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João,
Eu preguntei a Deus do céu, ai,
Por que tamanha judiação...
Que braseiro, que fornáia
Nem um pé de prantação
Pru farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão...
Inté mesmo a Asa Branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse adeus, Rosinha,
Guarda contigo o meu coração...
Hoje, longe muitas légua,
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortá pro meu sertão.
Quando o verde dos teus óio
Se espaiá na prantação,
Eu te asseguro, num chore não, viu
Que eu vortarei, viu, meu coração...

Aspectos observados:

Uso sitemático de “i” no lugar de “lh”: palatalização

Outros exemplos: “mulher” > “muié” “filho” > “fio” “sonho” > “sõio “banha” > “bãia”

Mudança regular do “l” para o “r”: rotacismo

Várias palavras como “igreja” tinham, originalmente em latim, um “l”: ecclesia

Marca do plural apenas no primeiro elemento do sintagma (conjunto).

Existem casos de versões cantadas da música em que, ao invés de “Pra mim vortá pro meu sertão”, fala-se“Pra eu voltar pro meu sertão”

Eles querem mostrar que aprenderam direitinho a lição: “mim não faz nada”, “mim é coisa de índio” (?)

Pronomes do caso reto (eu, tu ele...) e pronomes do caso oblíquo (me, te, mim, ti...): herança latina.Mais um anacronismo da língua.

75% dos brasileiros não sabem, em profundidade, ler escrever. Por quê?

Não existe erro quando um fenômeno faz parte do sistema lingüístico de um grupo de falantes.

Fatos em nossa língua materna como esses mostrados poderiam servir como revisão das regras impostas pela gramática escolar.

As regras lingüísticas presentes na música (representantes de mudanças regulares) são apenas diferentes da norma prevista na língua – supostamente – ensinada na escola.

É preciso criar uma tolerância quanto aos usos que a língua portuguesa permite.

Um profissional da área de Letras deve saber identificar os fenômenos da língua e valorizar a diversidade. Nesse trabalho ele pode, e deve, fazer uso das várias ferramentas que a Lingüística, enquanto Ciência, pode lhe oferecer.

Formas antigas (arcaísmos) de “até” e “então”.
Achado valiosíssimo do ponto de vista cultural, histórico e social.

Observamos também que os mesmos fenômenos da língua ocorreram em nossas turmas, entre os alunos e até entre nós mesmos em conversas informais. (*Ver exemplos em 3º encontro)


INTERAÇÃO, LINGUAGEM E TEXTOS


LÍNGUA – SISTEMA DE SIGNOS, OU DE SINAIS SIGNIFICATIVOS
SIGNOS- TODO E QUALQUER SINAL QUE REPRESENTA UM OBJETO E SE OPÕE A OUTROS SIGNOS QUE, JUNTAMENTE COM ELE CONSTITUI-SE UM SISTEMA SIGNIFICATIVO
ENSINO TRADICIONAL: ESTRUTURALISTA COM FOCO NO CÓDIGO (PALAVRAS E COMBINAÇÕES DE PALAVRAS)
LÍNGUA :VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO, FORMA DE INTERAÇÃO SOBRE OS OUTROS E COM O MUNDO (ATUAÇÃO SOCIAL)
TEXTO
• VEÍCULO DE INTERAÇÃO OU AÇÃO SOCIAL
• ENCADEAMENTO DE IDÉIAS
• UM TODO SIGNIFICATIVO (UNIDADE DE SENTIDOS)
• UM TEXTO É RESULTADO DE UMA ATIVIDADE,
• UM TRABALHO COM OS SIGNOS LINGUÍSTICOS
• TODO TEXTO, SENDO TRABALHO, PRESSUPÕE SUJEITOS QUE SE ENGAJAM NESSA ATIVIDADE
• TODO TEXTO SE REALIZA EM UMA DETERMINADA SITUAÇÃO OU CONTEXTO NO ESPAÇO, NO TEMPO E TEM UMA FINALIDADE;
• UM TEXTO É, PORTANTO, UMA FORMA DE INTERAÇÃO SOCIAL E CULTURAL, ALÉM DE LINGUÍSTICA

RELAÇÃO ENTRE ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS


COESÃO
MODO COMO OS ELEMENTOS PRESENTES NA SUPERFÍCIE TEXTUAL SE ENCONTRAM INTERLIGADOS, POR MEIO DE RECURSOS LINGUÍSTICOS, FORMANDO SEQUÊNCIAS VEICULADORAS DE SENTIDOS.
FUNÇÃO: ORGANIZAR O TEXTO

COERÊNCIA
ATUAÇÃO CONJUNTA DE UMA SÉRIE DE FATORES DE ORDEM COGNITIVA, SITUACIONAL, SOCIOCULTURAL E INTERACIONAL.
FUNÇÃO: PRODUZIR SENTIDO


Quando falo, quais pessoas ou personagens eu trago para o meu discurso?
Qual sombra que meu discurso deixa para o outro?


Eu gosto de recorrer a falas dos meus pais, de amigos ou colegas de profissão. Geralmente esses personagens são citados porque os considero inteligentes ou humorados. Às vezes eu tenho o costume de dizer “como diz o outro...” que é um hábito que adquiri com meu pai ainda criança. É como se eu dissesse que já ouvi alguém dizer isso dando mais importância para o que se diz do que quem disse. Mas quando é relevante validar o discurso eu faço questão de informar a fonte, ou seja, dizer quem me falou algo.

3º Encontro do dia 10/04

Encontro do dia 10 de abril de 2008

Leitura compartilhada do dia:

A complicada arte de ver

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa _garrafa, prato, facão_ era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo. Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso _porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver_ eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

Rubem Alves, 75, educador, escritor.


Como é a minha fala

Eu começo falando devagar, quase sempre alto, mas à medida que me empolgo com o que estou falando eu falo mais rápido. Se eu estou explicando algo eu gesticulo bastante. Meu vocabulário é flexível, ou seja, eu adéquo de acordo com meu interlocutor, usando um linguajar mais simples para os alunos e pessoa do meu convívio diário, mais rebuscado com colegas de trabalho ou de profissão e bem mais sofisticado em situações formais. Eu falo muito. Se me perguntam algo sobre um assunto que eu entendo eu falo demoradamente, explicando bastante. Se eu estou em um grupo pequeno de pessoas, falo olhando nos olhos, mas se é um grupo grande eu não foco ninguém. Se eu percebo desprezo ou desatenção, me calo. As pessoas consideram minha fala clara e calma. Geralmente acham que eu sou uma pessoa muito tranqüila por causa da minha fala, mas isso não é verdade.

Variações lingüísticas de alunos da Educação de Jovens e Adultos

Em conversas informais com meus alunos da EJA, as principais variações lingüísticas que encontrei foram:
“Profissora, esse minino é um inguinorante.”

“Eu ainda num cunsigui fazê o trabaio.”

“Lá ni minas num tem isso não.”

“Já faiz hora que ele saiu e num voltou.”

“Esses minino nunca ajuda nóis.”

“Leitura é importante mermo, inda mais pra gente.”

“É os minino daquele grupo que intregaro o trabalho.”

“O poblema é intender o texto.”

“Ah não, eu to sofreno dimais cum isso aqui.”

“Pára de fazê exercício difiço...”

"Eles num consegue fazê uma tarefa calado.”

2º Encontro do dia 03/04

Encontro do dia 03 de abril de 2008

Quem é o professor de Língua Portuguesa?

Aquele que se preocupa coma a comunicação e com a clareza de idéias. Aquele que deseja preservar a língua, mas sabe que a mesma sofre constantes mudanças e ele como estudioso, não pode ficar para atrás, inerte numa estrutura estática que não condiz com a realidade de seus alunos. Esse é o professor de língua portuguesa. Um amante de sua literatura, mas também de todas as formas de comunicação que possam estar presentes em seu cotidiano e de seus alunos. Um amante de sua gramática, mas também da gramática interna de cada um e de suas estratégias para usá-la se comunicando. Resumindo, um conhecedor minucioso das normas cultas da língua e um apreciador curioso das variações da linguagem popular. Alguém que ensina seus alunos a compreenderem tudo o que se comunica usando a língua portuguesa e a se expressarem da melhor forma possível, de acordo com o contexto em que se inserem.
Armadilhas da língua
Você sabe o que é tautologia? É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'.
Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:

elo de ligação;
acabamento final;
certeza absoluta;
quantia exata;
nos dias 8, 9 e 10, inclusive;
juntamente com;
expressamente proibido;
em duas metades iguais;
sintomas indicativos;
há anos atrás;
vereador da cidade;
outra alternativa;
detalhes minuciosos;
a razão é porque;
anexo junto à carta;
de sua livre escolha;
superávit positivo;
todos foram unânimes;
conviver junto;
fato real;
encarar de frente;
multidão de pessoas;
amanhecer o dia;
criação nova;
retornar de novo;
empréstimo temporário;
surpresa inesperada;
escolha opcional;
planejar antecipadamente;
abertura inaugural;
continua a permanecer;
a última versão definitiva;
possivelmente poderá ocorrer;
comparecer em pessoa;
gritar bem alto;
propriedade característica;
demasiadamente excessivo;
a seu critério pessoal;
exceder em muito .

Note que todas essas repetições são dispensáveis. Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não. Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia. Verifique se não está caindo nesta armadilha.

1º Encontro do dia 27/03 Memorial (parte 1)

Encontro do dia 27 de março de 2008
Como me contitui a professora que sou hoje

Desde que iniciei meu trabalho na SEDF há treze anos trago como uma das minhas metas a aproximação de meus alunos, construindo uma relação de confiança, troca de experiências e valorização das contribuições de cada um para a construção coletiva do conhecimento por meio de projetos que enfatizam a socialização, a realidade cultural deles e o uso de suas habilidades. Eu sempre procuro estudar teorias de educadores renomados, ou fazer cursos que aprimorem meus conhecimentos. Mas nada me acrescentou mais informação e saber do que a própria experiência em sala de aula. No início em turmas pequenas de escolas rurais, onde trabalhei com séries iniciais atendendo alunos entre 5 e 13 anos. Eu me lembro que as aulas eram maravilhosas por causa do número reduzido de alunos (entre 20 e 25). Depois vieram as turmas superlotadas (entre 40 e 48 alunos!), as escolas urbanas enormes e com muitos problemas de disciplina e defasagem de aprendizado. Eu lecionando língua portuguesa e língua inglesa ao mesmo tempo, no início sentia-me angustiada, mas os alunos me ajudaram a descobrir formas de interagir e minimizar o impacto desses problemas. Ainda há muito que fazer, mas percebo feliz que as minhas conquistas foram muitas. Sempre tive muito interesse em lidar com as linguagens, as formas de comunicação e as maneiras como podemos descobrir um novo mundo de informações e entretenimento. Venho buscando através desse e de outros cursos me preparar par trabalhar numa escola onde haja um ensino interdisciplinar e contextualizado. Assim os alunos da época podem sentir confiantes e valorizados , e se interessar mais por sua escola, espaço de enriquecimento pessoal. Nas escolas que eu trabalho, construindo dia-a-dia essa relação de convivência, de interação, de troca de aprendizados com meus alunos, eu procuro valorizar tudo o que já conquistei, aprimorar o que aprendi e buscar outras melhorias para todos nós. Minha principal meta no momento é a busca de uma melhor formação continuada que me ajude a trabalhar de acordo com as necessidades da comunidade que atendo. Nós educadores somos aprendizes numa “via de mão dupla” onde podemos oferecer e receber ao mesmo tempo informação e conhecimento.Estou muito confiante, pois como eu já expus, é um momento totalmente novo para mim e meus alunos. Um momento de transformações profundas que ainda não sei que conseqüências nos trarão, mas que descobriremos juntos.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Linguagem é comunicação

"Be my friend!
Don't walk behind me...
I may not guide you;
Don't walk in front of me...
I may not follow you;
Walk by my side..
And be my friend.
(Albert Camus)