sexta-feira, 12 de setembro de 2008

16º Encontro do dia 11/09

Conclusão da análise do filme Desmundo, de Alain Fresnot:
Aspectos explícitos no filme:

família patriarcal, com total submissão da mulher ao marido;
desvalorização da mulher como pessoa, é tratada como objeto ou animal;
exploração da mão de obra escrava de indígenas e africanos;
uso da violência para impor a dominação do homem branco, tanto sobre os escravos como as mulheres;
presença de diversas culturas e linguagens;
exploração das riquezas locais;
ausência de higiene e saneamento básico;
Aspectos implícitos no filme:

o interesse do mercador em Oribela;
a tentativa, pelos portugueses, de impedir a miscigenação entre eles e os indígenas e garantir a pureza racial de seus descendentes;
o tratamento dado a esposas e escravos como moedas de troca;
o incesto entre Francisco e sua mãe;
a exclusão e tentativa de esconder a criança portadora de síndrome de down;
a dominação da Igreja catequizando a força as crianças indígenas;
a omissão dos membros da Igreja dos acontecimentos alheios a seus interesses;
os preconceitos de portugueses com relação aos outros povos;
o ciúme de Francisco com relação à sua esposa e seus demais “bens”.
Sugestões de atividades:
Para os alunos de ensino fundamental do 6º ano ao ensino médio, poderia ser apresentado como complemento para discussões sobre as origens da nossa língua, bem como aspectos sociais da nossa composição étnica, social, cultural e lingüística, o contexto da época e as transformações que a sociedade sofreu desde então. O filme poderia gerar debates, dramatizações e exposições a respeito desses temas estimulando, inclusive, a interdisciplinaridade.

Impressões sobre a Feira do Livro em Brasília no dia 02/09

Participar da Feira do Livro é uma atividade inerente ao professor, já que precisamos estar atualizados quanto ao que se tem produzido de livros nesse país e que estão sendo colocados no mercado para nossos alunos lerem. Confesso que fiquei muito desapontada esse ano com os lançamentos recentes para o público infantil e infanto-juvenil. A maioria das histórias novas que vi são pobres, com temas repetitivos e pouco cuidado na edição. Isso levou-me a querer pesquisar mais sobre os autores que estão despontando nesses últimos anos para tentar descobrir quem são os novos talentos merecedores de apreciação. Amo livros de capa dura com letras brilhantes no título. Lembro-me de ter visto uma vez um livro de Monteiro Lobato assim. Na Feira encontrei uma nova edição do mesmo livro Reinações de Narizinho mais fino e com folhas moles e fiquei tão decepcionada porque imaginei que os editores estão tentando tornar o livro mais barato , talvez para ser mais acessível, porém de nada adianta pois quem não quer ler Monteiro Lobato num livro grosso de capa dura e letras brilhantes também não leria uma edição resumida de folhas simples e molengas... mas essa é uma outra história... O fato é que para mim houve pouquíssimas novidades e as que encontrei nem foram assim tão atraentes. Penso que está mesmo havendo uma mudança muito grande em toda a sociedade com relação ao uso do livro e as editoras e livrarias estão tentando se adaptar de qualquer forma a esse novo perfil de leitor, o leitor fujão, tolo que engana a si mesmo. Infelizmente esse é o perfil da maioria das pessoas que acham que são leitores e que vão a uma feira do Livro apenas para parecerem cultas, quando na verdade, estão enganando a si mesmas.