É importante estudá-los porque os alunos precisam ter contato com o maior número de textos variados possível, para ser capaz de classificá-los, de entender a situação comunicativa envolvida em cada um e de ser capaz de produzir essa variedade de textos, o que gera um envolvimento cada vez maior dos alunos com as possibilidades de comunicação em nossa língua. É interessante provocar produções e leituras que explorem essa enorme variação de gêneros e tipos existente em nossa linguagem. Seguem abaixo algumas considerações e o texto produzido por mim e Nerinete no encontro:
Gêneros e tipos textuais: considerações necessárias sobre o tema
Os gêneros textuais transformam-se em instrumentos da ação social. A escola pode didatizar esse processo a fim de propiciar ao aprendiz um contato mais eficaz e mais adequado com a ação lingüística diária. Nisto se baseia a essência do trabalho com gêneros em sala de aula em todos os níveis do ensino desde o nível fundamental até o Terceiro Grau.
Num discurso existem, segundo Aristóteles, três tipos de ouvintes que operam: (i) como espectador que olha o presente; (ii) como assembléia que olha o futuro e (iii) como juiz que julga sobre coisas passadas.
E a estes três tipos de julgamento Aristóteles associa três gêneros de discurso retórico: (i) discurso deliberativo; (ii) discurso judiciário e (iii) discurso demonstrativo. Do ponto de vista funcional, o discurso deliberativo servia para aconselhar / desaconselhar, e voltava-se para o futuro por ser exortativo por natureza; já o discurso judiciário tem a função de acusar ou defender e reflete-se sobre o passado, enquanto o discurso demonstrativo tem caráter epidítico, ou seja, de elogio ou censura, situando-se na ação presente.
Assim, a análise de gêneros engloba uma análise do texto e do discurso e uma descrição da língua e visão da sociedade, e ainda tenta responder a questões de natureza sócio-cultural no uso da língua de uma maneira geral. O trato dos gêneros diz respeito ao trato da língua em seu cotidiano nas mais diversas formas. E se adotarmos a posição de C. Miller (1984) podemos dizer que os gêneros são uma “forma de ação social”. Eles são um “artefato cultural” importante como parte integrante da estrutura comunicativa de nossa sociedade.
uma categoria cultural
um esquema cognitivo
uma forma de ação social
uma estrutura textual
uma forma de organização social
uma ação retórica
Uma das teses centrais aqui é a de que é impossível não se comunicar verbalmente por algum gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto. Em outros termos, a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato da produção lingüística.
Não vamos discutir aqui se é mais pertinente a expressão “gênero textual” ou a expressão “gênero discursivo” ou “gênero do discurso”. Vamos adotar a posição de que todas essas expressões podem se usadas intercambiavelmente.
Tipo textual designa uma espécie de seqüência retórica subjacente definida pela natureza lingüística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo}. O tipo caracteriza-se muito mais como seqüências lingüísticas (seqüenciação de enunciados, um modo retórico) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais.
Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
Domínio discursivo constitui muito mais uma “esfera da atividade humana” no sentido bakhtiniano do termo do que um princípio de classificação de textos e indica instâncias discursivas (por exemplo: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso etc.). Não abrange um gênero em particular, mas dá origem a vários deles, já que os gêneros são institucionalmente marcados. Constituem práticas discursivas dentro das quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos como práticas ou rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder.
Na noção de tipo textual predomina a identificação de seqüências lingüísticas como norteadora; e para a noção de gênero textual predominam os critérios de padrões comunicativos, ações, propósitos e inserção sócio-histórica. No caso dos domínios discursivos não lidamos propriamente com textos e sim com formações históricas e sociais que originam os discursos.
Não há uma dicotomia entre Gênero e tipo. Trata-se duma relação de complementaridade. Ambos coexistem e não são dicotômicos. Todos os textos realizam um gênero e todos os gêneros realizam seqüências típicas. Por isso mesmo, os gêneros são em geral tipologicamente heterogêneos.
Um telefonema pode envolver argumentações, narrativas e descrições, ou seja, ele é heterogêneo. Podemos, pois, indagar se a noção de telefonema é clara hoje em dia. Observem-se algumas das diversas maneiras de usar o telefone:
há a conversa telefônica (por telefone celular ou fixo) que nós mantemos todos os dias para a nossa mãe, filhos, amigos, colegas de trabalho ao qual chamamos de telefonema;
há o telefonema que mandamos a companhia telefônica dar por nós e se chama de telegrama fonado;
há o telefonema na forma de um recado gravado ou recado em secretária eletrônica;
há os telefonemas de aniversário, casamento etc., através de agências conhecidos como tele mensagens.
Com efeito, há muito mais formas de usar o telefone do que o simples telefonema. O que é então um telefonema (enquanto gênero) diante de tanta variação na forma e nos recursos utilizados?
Esta situação vai repetir-se com a carta, o formulário, o resumo e assim por diante, de modo que a questão de dar nome aos gêneros é algo de enorme complexidade.
A questão da intergenericidade
Viva saudável com os livros DIOGENES
Os Livros Diógenes acham-se internacionalmente Introduzidos na biblioterapia
Posologia:
As áreas de aplicação são muitas. Principalmente resfriados, corizas, dores de garganta e rouquidão, mas também nervosismo, irritações em geral e fraqueza de concentração. Em geral, os Livros Diógenes atuam no processo de cura de quase todas as doenças para as quais prescreve-se descanso. Sucessos especiais foram registrados em casos de convalescença.
Propriedades:
O efeito se faz notar pouco tempo após iniciada a leitura e tem grande durabilidade. Livros Diógenes aliviam rapidamente a dor, estimulam a circulação sangüínea e o estado geral melhora.
Precauções/riscos:
Em geral, os Livros Diógenes são bem tolerados. Para miopia aconselham-se meios de auxílio à leitura. São conhecidos casos isolados nos quais o uso prolongado produziu dependência.
Dosagem:
Caso não houver outra indicação, sugere-se um livro a cada dois ou três dias. Regularidade no uso é o pressuposto essencial para a cura. Leitura diagonal ou desistência prematura pode interferir no efeito.
Composição:
Papel, cola e cores na impressão. Livros Diógenes são ecologicamente produzidos. Neles são usados somente papéis de madeira sem cloro e sem ácidos, o que garante alta durabilidade.
Também no caso de boa saúde garante-se ótima distração.
LIVROS DIOGENES são menos aborrecidos
(1) intergenericidade à um gênero com a função de outro
(2) heterogeneidade tipológica à um gênero com a presença de vários tipos
DEFINIÇÃO DE SUPORTE: entendemos aqui como suporte de um gênero um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto.
Pode-se dizer que suporte de um gênero é uma superfície física em formato específico que suporta, fixa e mostra um texto. Esta idéia comporta três aspectos:
suporte é um lugar físico ou virtual
suporte tem formato específico
suporte serve para fixar e mostrar o texto.
carta pessoal (GÊNERO) → papel-carta (SUPORTE) → tinta (MATERIAL DA ESCRITA) → correios (SERVIÇO DE TRANSPORTE) ...
JORNALISMO [Domínio discursivo]
JORNAL [suporte]
IDEOLOGIA DOS EUA [Formação discursiva]
REPORTAGEM JORNALÍSTICA [gênero]
NEW YORK TIMES [órgão, instituição]
NARRAÇÃO... [Seqüências tipológicas]
EXEMPLOS DE SUPORTES CONVENCIONAIS
(1) Livro
(2) Livro didático
(3) Jornal (diário)
(4) Revista (semanal / mensal)
(5) Revista científica (boletins e anais)
(6) Rádio
(7) Televisão
(8) Telefone
(9) Quadro de avisos
(10) Outdoor
(11) Encarte
(12) Folder
(13) Luminosos
(14) Faixas
ALGUNS EXEMPLOS DE SUPORTES INCIDENTAIS
(1) Embalagem
(2) Pára-choques e pára-lamas de caminhão
(3) Roupas
(4) Corpo humano
(5) Paredes
(6) Muros
(7) Paradas de ônibus
(8) Estações de metrô
(10) Fachadas
Entre outros
SERVIÇOS EM FUNÇÃO DA ATIVIDADE COMUNICATIVA
(1) Correios
Os correios são menos um suporte e mais um meio de transporte ou um serviço.
(2) {Programa de} E-mail
Aqui está um caso curioso, pois se tomarmos o programa “outlook”, por exemplo, teremos sem dúvida um suporte do tipo “correio eletrônico”, mas se tomarmos os e-mails enquanto correlatos das cartas pessoais, teremos um gênero.
(4) Internet
Trata-se de mais um caso limite. O autor trata a Internet como um suporte que alberga e conduz gêneros dos mais diversos formatos. A Internet contém todos os gêneros possíveis.
(5) Home Page e site
Para alguns autores a home Page e até mesmo o site é um gênero, mas para outros é um suporte. Creio que de um modo geral a home Page é um suporte e não um gênero. Não tenho condições de expor argumentos neste caso agora, mas os debates conduzidos em aula me deixaram com alguma clareza quanto a não se considerar este caso como um gênero e sim como um suporte. Além disso, parece claro que a home Page institucional carrega uma série de gêneros.
Classificados de festa junina
Faço sua festa junina bem original!!!
Pacote com:
*Pipoca super salgada,
*Milho tostado,
*Canjica aguada,
*Bolo de mandioca (Mané vestido),
*Quentão frio,
*Pé-de-moleque com bicho de pé,
*Forró bom de briga,
*Quadrilha de bandidos,
*Correio deselegante no auto-falante,
*Barraca da pescaria sem peixe,
*Bingo sem números,
*Barraca do beijo com a famosa atriz Dercy Gonçalves
Obs.: A Nega Maluca não vem porque está fazendo tratamento psiquiátrico.
Você não vai se arrepender!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário