domingo, 7 de dezembro de 2008

27º Encontro do dia 04/12

Confraternização de encerramento do curso Alfabetização e Linguagem

PARÁBOLA DO HOMEM DAS CHAVES
Prof Nascimento

Numa pequena aldeia, havia um homem que aprendera a fazer chaves. E as fazia tão bem que logo lhe apareceram vários candidatos a aprendiz. Uma chave presa a um cordão era o certificado de conclusão do aprendizado com aproveitamento.O artesão estava cada vez mais feliz com sua arte. Na verdade, estava tão feliz que mal percebia a decepção dos seus ex-discípulos. Estes, após terem viajado mundo afora, retornavam desanimados, atirando suas chaves aos pés do antigo mestre.Eis que, após muito tempo, começou a ficar incomodado com o que denominava ingratidão. Precisando de aconselhamento, subiu a montanha e procurou o sábio eremita. Queria saber por que as pessoas são tão ingratas para com alguém que tudo faz por elas. E contou o caso da devolução das chaves.O eremita ouvia atentamente e, quando o interlocutor terminou sua exposição, nada disse por alguns segundos, que pareceram ao artesão uma eternidade.— Bom homem — começou o ermitão, alisando sua barba longa e encanecida —, a vaidade é o grande pecado daqueles que julgam ensinar. O que você dava aos seus discípulos não era ensinamento, mas uma exibição de arte e poder. Você adorava o título de Mestre das Chaves.O artesão ouvia tudo sem nada refutar, cabeça baixa, as mãos apertando nervosamente um velho chapéu de couro. As palavras do sábio calavam fundo, atingindo-o em cheio. O velho montanhês sabia das coisas da vida. Parecia ler a alma das pessoas.— Mas eu fiz um bom trabalho. Por que eles não reconhecem isso?— Bom homem, você nunca parou para avaliar seu trabalho de um ponto-de-vista importante: quando se ensina, o mais importante é o aprendiz. Você, em algum momento, questionou a validade de seus ensinamentos para o crescimento de seus aprendizes? Presumo que não.O artesão fez um gesto de desânimo, e o ancião da montanha continuou:— Seus discípulos confiavam em você, e você os traiu. Por onde quer que eles andem, levam sempre uma chave pendurada ao pescoço. Essa chave não os leva a nenhum lugar importante. Não conseguem, com ela, alterar a realidade em que vivem, abrindo caminhos novos e mais promissores. Você não lhes ensinou o que fazer com as chaves. Você mesmo não deve saber por que e para que faz chaves. Saiba que chaves devem servir para abrir portas, ou se tornarão objetos inúteis.O artesão agradeceu ao velho eremita e, pensativo, desceu a montanha lentamente. Tirou do pescoço a sua chave, mirou-a fixa e demoradamente, num gesto quase solene, e murmurou:--- Tenho muito que aprender sobre você, antes de voltar a formar novos artesãos.

* * *Abraços fraternos a todos! Obrigado colegas e minha tutora Valquíria por terem me ensinado a usar algumas chaves. Espero também eu ser reconhecida, não pela beleza de meus trabalhos, mas pelo êxito em ajudar meus alunos a conseguirem chaves que abram as portas do futuro.É o que desejo também a todos vocês, educadores maravilhosos!!!* * *

2 comentários:

Bons bocados da Erika disse...

Flávia,
Muito obrigada por tudo. Sobretudo, pela paciência.
Vou sentir saudade. Mas, pode deixar que também vou pedir muita ajuda ainda.
Tudo de mais lindo e belo sempre!!!
Bjoks

Gisele Tôrres disse...

Você sempre será reconhecida e lembrada, não só pela profissional maravilhosa que demosntra ser, mas pela pessoa encantadora e amiga que nos cativou ao longo deste ano! Adorei conhecê-la!
Beijos, Gi